Conheça a história completa do trem das onze, o trenzinho que virou o primeiro transporte público de Santana e impulsionou o crescimento da Zona Norte de São Paulo.
Muito antes das avenidas movimentadas e do metrô que vemos hoje, Santana era um bairro distante do centro de São Paulo. No fim do século 19, o acesso à região era difícil, até que um pequeno trem de serviço mudou tudo. Ele não tinha a intenção de se tornar famoso, mas acabou entrando para a história como o verdadeiro “trem das onze”.
O veículo surgiu para transportar materiais até a Serra da Cantareira, onde a cidade instalava uma estrutura essencial para o abastecimento de água. Mas os moradores da região, percebendo que aquele trenzinho passava diariamente, começaram a pedir carona. Era um improviso, sem bancos e sem conforto, mas logo se tornou o primeiro transporte público de Santana.
Aos poucos, o percurso ganhou importância: conectava famílias, facilitava o comércio e atraiu novas chácaras para a Zona Norte. Com o aumento de pessoas circulando, o bairro começou a crescer em direção ao que viria a ser o seu perfil residencial e urbano.
O apelido “trem das onze” veio muito tempo depois, eternizado na canção de Adoniran Barbosa, que transformou o antigo trenzinho em símbolo de memória afetiva. Curiosamente, o trem nunca chegou a fazer viagens às onze da noite, mas sua presença marcou gerações de moradores.
Mesmo após sua desativação, o legado do trajeto permaneceu. A estrutura do transporte abriu caminho para novos investimentos, influenciando diretamente a implantação do metrô na Zona Norte. Em meados da década de 1970, a inauguração da Estação Santana reforçou o peso histórico desse percurso e manteve vivo o espírito do antigo trenzinho.
Hoje, o “trem das onze” continua sendo parte da identidade cultural da região. Ele representa não só um meio de transporte improvisado, mas o início da transformação urbana que ajudou a moldar Santana como conhecemos. Muito legal, né?
