A doença celíaca é uma desordem sistêmica autoimune, desencadeada pela ingestão de glúten (proteína presente no trigo, cevada, centeio) em indivíduos geneticamente suscetíveis. O dano ao intestino pode levar a uma variedade de sintomas e resultar na incapacidade do corpo de absorver nutrientes como proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais, que são necessários para uma boa saúde.
Os sintomas clássicos (típicos) incluem diarreia ou constipação crônica, dor abdominal, má absorção e perda de peso. No entanto, muitos pacientes apresentam sintomas não clássicos (atípicos) incluindo anemia, osteoporose, fadiga extrema, aftas, anormalidades de enzimas hepáticas, infertilidade, defeitos do esmalte dentário, problemas neurológicos, etc. As crianças podem apresentar baixa estatura, irritabilidade, vômitos, etc.
A doença celíaca ocorre comumente em pacientes com outros distúrbios autoimunes, como doença da tireoide e diabetes tipo I. Ela se manifesta também em familiares, tanto em parentes de primeiro e segundo grau. Portanto, o rastreamento desses indivíduos de alto risco deve ser feito. Como muitos pacientes com doença celíaca não apresentam sintomas clássicos, podem ocorrer atrasos no diagnóstico.
O GuiaZN foi atrás de uma pessoa muito querida, a Ana Lúcia Ramos, advogada, para saber sobre a doença celíaca. Ela, uma grande amiga, descobriu a intolerância ao glúten há treze anos, e conta pra gente como foi a descoberta e como sua vida mudou após disso. Conheça também abaixo os locais na Zona Norte de São Paulo especializados em produtos para celíacos.
Vamos ao relato da Ana:
“Aos 12 anos comecei a ter enxaqueca, passei por equipe de médicos por não ser comum, na adolescência melhorou um pouco, mas na idade adulta as crises passaram a ser de duas a três vezes na semana e eu tinha que ir para hospital uma ou duas vezes no mês porque era a única forma da dor passar. Assim foram alguns anos, eu passei a ter enxaqueca crônica severa até um médico acupunturista me falar que eu era intolerante a lactose e ao glúten! Como eu já tinha ido em todos os médicos possíveis e imaginários, já tinha tentado vários tratamentos alternativos, segui o diagnóstico dele e tirei o glúten e a lactose! Minha vida passou a ser outra. A enxaqueca é uma doença genética e existem diversos gatilhos para que ela desencadeie, mas eu nunca mais tive essas crises surreais que eram em decorrência do glúten e da lactose. Por falta de informação não fiz os exames corretos para diagnosticar a doença celíaca e nem fazia a dieta correta pois não sabia o que era contaminação cruzada. Meu filho caçula desde pequeno tinha alguns probleminhas de origem gastrointestinal que foram se agravando até ele chegar ao ponto de ter dores abdominais fortíssimas seguidas de vômito que só passava no pronto socorro. Fomos a oito médicos e nenhum diagnosticava a origem das dores, mesmo eu falando que eu tinha intolerância (hoje sei que o correto é sensibilidade) ao glúten! Ele não tinha (como eu) os sinais clássicos da doença celíaca. Essa época foi desesperadora porque ninguém descobria o que era e as dores e crises aumentavam. Somente a nona médica, que não sei mensurar a gratidão que tenho, já na consulta falou que ele era celíaco. Fizemos o exame de sangue que deu super alterado e confirmamos na endoscopia com biópsia do duodeno que certificou que o Pedro é celíaco, na época Marsh 3C. Ao mesmo tempo que foi um alívio saber o que ele tinha, foi um choque saber que uma criança de 8 anos nunca mais consumiria glúten! Mas o alívio de saber que ele ficaria bem prevaleceu. Somente há três anos atrás, com o diagnóstico dele, que eu tive conhecimento do que é a doença celíaca, a contaminação cruzada e a gravidade da dessa doença. Também descobrimos o que acontece quando não temos o tratamento correto, que é a isenção total do glúten na alimentação, inclusive sem contaminação cruzada. Nessa época eu, meus pais, meu marido e filha mais velha fizemos os exames e o meu diagnóstico foi confirmado, a doença celíaca é genética todos devem fazer os exames corretos. Criei um perfil no Instagram para me unir a um grupo para divulgar o que é Doença Celíaca, que é o @GlutenFreeNaoeMiMiMi (site: https://www.glutenfreenaoemimimi.com.br/sobre-nos ) e mostrar que existem inúmeras formas de inclusão, seja em restaurantes, encontros de amigos, escolas, hotéis, vários lugares. Glúten free para celíacos não é moda, é vida! Seu consumo pode levar a óbito porque outras doenças surgem, e cerca de 2% da população brasileira é celíaca sem saber, justamente por ser difícil o seu diagnóstico.”
Para aprofundar os seus conhecimentos sobre a doença celíaca, clique na imagem abaixo e assista a entrevista dada pela Ana ao programa “de A a Zuca”:
Onde encontrar produtos sem glúten (glúten free) na Zona Norte da cidade de São Paulo:
Fomos visitar os locais na Zona Norte especializados em atender celíacos, e mostramos tudo no vídeo abaixo. São os estabelecimentos:
1. Pra Lá de Bom
R. Dona Luiza Tolle, 678 – Santana – São Paulo – SP , Tel.: 11 97227 6336
Instagram: https://www.instagram.com/praladebomsemgluten/
2. Red Onions:
Rua Coronel Evaristo de Campos, 170, Sta. Terezinha, São Paulo – SP, Tel.: 11 99177-9227
Instagram: https://www.instagram.com/red_onion_saudavel/
Além desses locais, esses outros estabelecimentos realizam entregas na região da Zona Norte de São Paulo, por isso vale a pena a consulta. São eles (contas de Instagram): @ateliepetie @aleregourmet @comoebomsemgluten @assiscristina @cucinasemgluten @docesdedavi @donafree_ @dosdeusesgastronomia @healthybitesatelier @levitazero @lilire.semgluten @litfoodsgf @mahdrian.gf @mais_free_food @manjuba @mandalacomidas @marmelossemgluten @massanostrazero @menusemgluten @pao_organico @pizzaforfunoficial @praladebomsemgluten .
Estejam sempre atentos a qualquer sintoma diferente em seu organismo e procurem sempre um médico antes de tomarem qualquer medida em termos de restrição alimentar.
Com saúde não se brinca!